O “Papo Ciência” é uma seção da Newsletter da Associação destinada a expor bate-papos, entrevistas e depoimentos de pesquisadores sobre os seus projetos e suas percepções acerca da ciência e do desenvolvimento técnico-científico das Relações Públicas e da Comunicação Organizacional.
A convidada de Janeiro é a Prof.ª Dr.ª Raquel Cabral. Entre muitas das suas conquistas, destacamos que Raquel é pesquisadora e professora nos cursos de graduação e pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Possui Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Além de Doutora em Comunicação Institucional pela Universitat Jaume I, Espanha. Possui mestrado em Comunicação Midiática pela Unesp e em Estudos Internacionais em Paz, Conflitos e Desenvolvimento Social pelo Instituto Interuniversitário de Desenvolvimento Social e Paz (Cátedra UNESCO de Filosofia para a Paz) da Universitat Jaume I, Espanha.
Dentro do seu estudo de interesse, Raquel expôs sua visão acerca do ambiente organizacional, práticas de violências, principalmente culturais e estruturais que as organizações mantêm, e como o interesse das mesma em se envolver em discussões como a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) se relacionam com o papel que exercem na sociedade.
“Os estudos sobre a violência organizacional nos mostram que as organizações podem legitimar e contribuir com a naturalização de práticas violentas à medida que institucionalizam políticas institucionais que reforçam desigualdades ou compartilham valores e sentidos pautados pelo preconceito étnico-racial, etário, de classe, de gênero, sexual, entre outras formas de violência que podem ser sedimentadas pela cultura organizacional. Fizemos esse debate em um artigo que foi publicado no dossiê 28 da Revista Organicom em 2018, no qual discutimos o conceito de violência organizacional à luz da perspectiva crítica da trilogia da violência de Johan Galtung.Por outro lado, a prática da governança nas organizações há muito tempo tem levado a amplos questionamentos sobre a conduta de empresas privadas, organizações públicas ou do terceiro setor no que se refere ao seu papel na sociedade. Considerando que as organizações não estão isoladas do meio social em que estão inseridas, elas reproduzem as mesmas dinâmicas sociais. Isso as torna espaços nos quais é possível intensificar desigualdades estruturais e culturais ou, por outro lado, organismos vivos que buscam soluções para os principais problemas das sociedades em que atuam. Essa “virada de chave” sobre a relevância do papel social das organizações tem forte ligação com os princípios defendidos pela Agenda 2030, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), e que está pautada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tanto é que a própria ONU, ao entender a fundamental relevância das empresas e demais organizações como atores sociais estratégicos nos diversos territórios, cria a iniciativa Pacto Global da ONU a fim de incentivar o engajamento organizacional em prol de um mundo mais sustentável e igualitário. Para quem tiver interesse no tema, recomendo que leiam o dossiê 39 da Revista Organicom.”
Para saber mais sobre os outros temas que foram comentados pela Profa.ª Dra.ª Raquel Cabral acesse a Newsletter, e acompanhe as novidades do mundo das Relações Públicas.
